O avanço das fintechs transformou o sistema financeiro global em poucos anos. Segundo Cicero Viana Filho, essas empresas de tecnologia aplicada às finanças representam tanto uma ameaça quanto uma oportunidade para os bancos tradicionais. A grande questão é se a relação entre os dois modelos será marcada pela coexistência estratégica ou por uma competição inevitável. Confira!
O que diferencia fintechs de bancos tradicionais?
As fintechs nasceram com a proposta de simplificar serviços financeiros, utilizando tecnologia para oferecer soluções ágeis, acessíveis e com custos reduzidos. Elas atuam em segmentos como pagamentos digitais, crédito, investimentos e seguros, conquistando um público acostumado à experiência digital.
Já os bancos tradicionais, apesar de sua solidez e da confiança adquirida ao longo de décadas, são frequentemente vistos como estruturas mais burocráticas e menos inovadoras. De acordo com Cicero Viana Filho, essa diferença de abordagem cria uma tensão natural, mas também abre espaço para colaboração.
Como a tecnologia impulsiona a vantagem competitiva das fintechs?
A tecnologia é o principal diferencial das fintechs. Modelos baseados em inteligência artificial, blockchain e análise de dados permitem oferecer produtos personalizados e serviços mais transparentes. Além disso, essas empresas conseguem responder rapidamente às mudanças de comportamento do consumidor, oferecendo soluções sob medida.
Conforme Cicero Viana Filho, esse dinamismo dá às fintechs uma vantagem competitiva em relação aos bancos, que muitas vezes precisam lidar com sistemas legados e processos internos complexos. No entanto, essa velocidade de inovação não elimina o valor da experiência e da solidez das instituições financeiras tradicionais.

Bancos e fintechs podem colaborar?
Apesar da aparente rivalidade, existem exemplos de cooperação entre bancos e fintechs. Muitos bancos investem em startups financeiras ou criam parcerias estratégicas para ampliar sua oferta de serviços digitais. Essa integração possibilita que as fintechs aproveitem a base de clientes já consolidada dos bancos, enquanto os bancos acessam tecnologias mais modernas. A cooperação tende a crescer, especialmente em mercados onde a regulamentação favorece a inovação.
Em alguns segmentos, a competição é praticamente inevitável. As fintechs que oferecem crédito, contas digitais e investimentos disputam diretamente o mesmo espaço ocupado pelos bancos. Nesse cenário, a busca por clientes se intensifica e exige diferenciação clara em termos de custo, conveniência e inovação. Cicero Viana Filho explica que essa competição não precisa ser destrutiva. Pelo contrário, ela pode incentivar melhorias em produtos e serviços, forçando tanto fintechs quanto bancos a inovar constantemente.
O que os consumidores ganham com a coexistência entre fintechs e bancos?
O maior beneficiado desse cenário é o consumidor. A coexistência entre bancos e fintechs amplia a diversidade de serviços disponíveis, oferece opções mais baratas e garante maior conveniência no dia a dia. Além disso, a competição gera incentivos para que as instituições financeiras sejam mais transparentes, inovadoras e centradas nas necessidades do cliente. Consumidores com diferentes perfis podem escolher soluções tradicionais, digitais ou híbridas, de acordo com sua preferência e segurança desejada.
O futuro do sistema financeiro provavelmente será híbrido. Bancos tradicionais continuarão relevantes devido à sua robustez, capital e presença global, enquanto as fintechs conquistarão espaço pela inovação e proximidade com o consumidor digital. A combinação dessas forças pode criar um ecossistema mais eficiente, transparente e acessível. Para Cicero Viana Filho, a coexistência não apenas é possível, como pode ser a estratégia mais inteligente para o futuro.
Por fim, a relação entre fintechs e bancos tradicionais não precisa ser vista apenas sob a ótica da rivalidade. Embora a competição seja inevitável em alguns segmentos, a coexistência baseada em parcerias e inovação colaborativa pode gerar benefícios duradouros para o mercado e para os consumidores. O desafio está em encontrar o equilíbrio entre inovação, segurança e regulação, criando um ambiente em que bancos e fintechs não apenas sobrevivam, mas prosperem juntos.
Autor: Galina Sokolova