De acordo com Bruno Garcia Redondo, o termo “superalimento” passou a circular amplamente nos últimos anos, muitas vezes associado a dietas da moda, estilos de vida saudáveis e promessas de longevidade quase milagrosas. Mas, ao contrário do que se possa imaginar, não existe uma definição científica ou regulamentação oficial para essa palavra. “Superalimento” é, na prática, uma construção do marketing nutricional para descrever alimentos com alta densidade nutricional.
O sucesso do termo se deve, em parte, à necessidade do consumidor moderno de encontrar soluções práticas para melhorar a alimentação em meio a rotinas aceleradas e à crescente preocupação com a saúde preventiva. Saiba mais, a seguir!
Existe respaldo científico para os benefícios atribuídos aos superalimentos?
Apesar do apelo comercial, muitos dos alimentos tidos como “super” de fato têm propriedades nutricionais notáveis, comprovadas por pesquisas científicas. Estudos demonstram, por exemplo, que frutas vermelhas como o mirtilo (blueberry) possuem compostos antioxidantes que ajudam na saúde cardiovascular e na prevenção de doenças neurodegenerativas.

No entanto, Bruno Garcia Redondo explica que os benefícios são geralmente observados dentro de um contexto alimentar equilibrado, e não como resultado do consumo isolado de um único alimento. Portanto, embora a ciência valide muitos dos efeitos positivos atribuídos aos superalimentos, ela também adverte contra expectativas exageradas.
É possível exagerar no consumo de superalimentos?
Sim, e esse é um ponto muitas vezes negligenciado nas conversas sobre nutrição. A ideia de que “mais é sempre melhor” pode ser perigosa, mesmo quando se trata de alimentos saudáveis. O consumo excessivo de certos superalimentos pode levar a desequilíbrios nutricionais ou até efeitos adversos.
Segundo Bruno Garcia Redondo, mesmo alimentos antioxidantes podem interferir com a eficácia de certos medicamentos. Por isso, é essencial considerar o contexto individual e, sempre que possível, consultar um profissional de saúde antes de aderir a uma alimentação rica em produtos que se apresentam como “super”.
Superalimentos substituem uma dieta equilibrada?
Definitivamente, não. Embora superalimentos possam enriquecer uma dieta, eles não substituem a variedade e o equilíbrio nutricional necessários para uma saúde duradoura. O segredo de uma boa alimentação está na diversidade: frutas, legumes, proteínas, carboidratos complexos e gorduras saudáveis devem ser combinados em proporções adequadas.
Uma dieta baseada apenas em alguns “alimentos poderosos” corre o risco de ser pobre em outros nutrientes essenciais, ressalta Bruno Garcia Redondo. Além disso, a forma como um alimento é preparado, sua origem, frescor e combinação com outros alimentos também influencia sua eficácia nutricional. A ênfase exagerada em superalimentos pode levar à negligência de hábitos alimentares simples e eficazes, como comer comida de verdade, com moderação e regularidade.
Em conclusão, os superalimentos são, sim, sustentados por ciência quando se trata de suas propriedades nutricionais, mas como são divulgados e consumidos muitas vezes está mais ligada à moda do que à realidade científica. Bruno Garcia Redondo frisa que é importante entender que não existem atalhos milagrosos para a saúde, e que um único alimento, não tem o poder de compensar maus hábitos alimentares. Usados com sabedoria e integrados a uma dieta equilibrada, os superalimentos podem ser grandes aliados.
Autor: Galina Sokolova